
História da Festa
Você sabia que 1ª Festa das Árvores no Brasil foi comemorada no Estado de São Paulo?
Pois é!!! No dia 7 de junho de 1902, 117 anos atrás, três idealistas organizaram a versão do Arbor Day americano no Brasil! Realizado no município de Araras, o evento foi uma grande festa!!! Com autoridades, solenidade, música e toda população envolvida!
O Resgate das árvores esquecidas
Há 110 anos a pequena cidade de Araras, localizada no interior de São Paulo, estava em polvorosa. A rotina tranquila de uma cidade ainda rural seria quebrada, para receber um dos movimentos ecológicos mais importantes do país na época: a 1° Festa das Árvores do Brasil.
A festa foi idealizada nos moldes do “Arbor Day”, festa em comemoração às árvores realizada nos Estados Unidos, que promovia discussão, e nesta iniciativa tentava enraizar a consciência ecológica nas crianças, e cultivar no povo o amor pela natureza.
No Brasil a festa foi idealizada por Alberto Löfgren, João Pedro Cardoso e Coelho Neto. Preocupados desde aquela época com a devastação das árvores, para construção de ferrovias, esses homens lutaram para promover uma campanha em prol da natureza.
Alberto Löfgren, o idealizador; João Pedro Cardoso, o organizador e Coelho Neto, o propagandista.
Em 1902, Löfgren, cientista sueco que era diretor do Horto Botânico de São Paulo, já causava polêmica quando publicou o “Serviço Florestal do Estado de São Paulo”. No artigo o cientista discorria sobre assuntos voltados a proteção da natureza e as medidas preventivas e legislativas, que tinham como principal foco: despertar nas crianças o respeito pelas árvores.
A ideia da festa se fortaleceu quando João Pedro Cardoso, então inspetor do 2° Distrito Agrícola de Araras, e Löfgren faziam parte do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas. Foi então nesse período que Pedro Cardoso decidiu fazer a festa no município de Araras, onde teve irrestrito apoio da Câmara Municipal. Estava lançada a festa que iria mudar os rumos do ambientalismo no Brasil.
Esta história de luta pela natureza descrita acima foi perpetuada graças ao trabalho árduo do pesquisador de história, biólogo e desenhista científico ilustrador do Departamento de Botânica da Unesp de Rio Claro, Wenilton Daltro. Em 2002, Daltro lançava seu segundo livro intitulado “História da Primeira Festa das Árvores do Brasil".
O livro foi produzido com muito esforço, e lançado graças ao seu espírito de eterno inquieto e questionador. O resgate, em documentar em livro a história, se deu em aproximar os mais jovens do pioneirismo do evento no Brasil da época. “Quando começou a se aproximar o centenário da Festa, notei que nada havia até então que documentasse substancialmente o evento e seu pioneirismo, e resolvi me entregar a empreitada de uma pesquisa profunda para compor um livro para registrar definitivamente o feito”, relatou o pesquisador.
Todas as atividades da festa foram relatadas minuciosamente no livro. Em uma fantástica viagem ao tempo vendo fotos dos “bigodões”, barões da época, pode-se recriar o universo daquele dia.
O evento contou com plantio de mudas vindas do horto botânico de São Paulo. Cerca de 500 crianças das escolas da cidade plantaram 242 mudas de vários tipos como faveiro, peroba, carvalho, guarantã entre outras, incluindo a única remanescente, que é a palmeira centenária, localizada em frente ao Colégio Coronel Justiniano Whitaker de Oliveira.
A 1° Festa das Árvores repercutiu nacionalmente, e teve a participação de integrantes da comitiva presidencial, enviada especialmente ao evento. Na comitiva constaram personagens renomados como o governador do Estado de São Paulo, Bernadino José de Campos Júnior e o prefeito de São Paulo Antônio Prado.
Há 10 anos o Escritor Wenilton Daltro, publicava o livro "História da 1ª Festa das Árvores do Brasil
Daltro relata no livro que a imprensa compareceu em peso. “Jornais conceituados da época como Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil mandaram repórteres para Araras, a fim de fazer a cobertura da festa.
O Jornal do Brasil produziu o ótimo suplemento “Revista da Semana”, e o Correio Paulista no enviou o jornalista Amadeu Amaral, que realizou a cobertura mais completa do evento”, comentou o biólogo.
Em relação a importância de seu livro no contexto atual, Wenilton acredita sem falsa modéstia que sua iniciativa teve papel importante no despertar da consciência ecológica.
“Penso que, por sua importância para a história do conservacionismo no país e pelo pioneirismo de Araras nesta área, o livro será uma obra que só crescerá em valor com o passar dos anos, pois trata de um assunto – a Ecologia – que é de importância não só para a cidade, mas também para o Brasil”, relatou Daltro.
Wenilton ao finalizar a entrevista incentivou os jovens artistas, escritores e fomentadores culturais para que realizem e resgatem uma festa em homenagem às árvores.
“Necessitamos de uma festa anual das árvores, que seja divulgada em todo o país, bem como de um museu que recolha tudo o que foi escrito, documentado e materiais afins sobre a festa. Este evento anual poderia ser temático, fazendo-se shows e concursos com artistas que trabalham com material do gênero, ou seja, pintores naturalistas, músicos que compunham obras com teor ecológico, fotógrafos da natureza, etc”.
Fonte: http://inteirados.blogspot.com/2012/06/resgatando-o-que-nos-sustenta_07.html

